quarta-feira, janeiro 31, 2007

Cascas

Cascas... Como gostaria de tê-las...
Mesmo compreendendo e vendo...
Cascas...

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Costelinha

Chegamos na loja de pandeiros e testamos meia dúzia enquanto esperavamos meu amigo. Não tinha certeza se o almoço ia ser muito construtivo por conta das personalidades tão diferentes.

Após as apresentações a gente foi caminhando enquanto terminava o assunto com meu primo. A conversa foi mole até a costelinha. Lá nos fartamos de comida boa e gordurosa. O papo começou a ganhar corpo. Mundo corporativo e angústias normais. Muito construitiva e instrutiva.

No café no Avenida Central tivemos o desfecho com dois pensamentos espetaculares:

"Metade do meu dinheiro eu gastei com bebeidas e mulheres. A outra metade eu desperdicei". Essa eu descobri no oráculo detentor de toda a sabedoria (google) que é do poeta Dylan Thomas (será que foi ele mesmo?).

"Todo homem deseja escutar três sons: O tilintar das moedas, os aplausos dos amigos e os gemidos das mulheres".

Esse último, autor anônimo, fez a filosofia discorrer sobre o tripé de valores humanos (não literalmente os três citados), indo até questões existenciais... isso tudo só com café... imagina se servem um choppinho?

domingo, janeiro 28, 2007

O Dill que se foda!

"É para a festa é do Gill. Quanto tá custando?"
"Não tem Gill, tem Phill."
"Então, é esse mesmo. Nill né?"
"Você não conhece o dono da festa?"
"Não... E pra ser sincero, não faço a menor questão de conhecer. Quanto é?"
"São cinco reais, mas você não vai entrar. Como você pode ser arrogante a ponto de dizer que não faz questão de conhecê-lo?!?"
"Tá bom. Tá aqui o dinheiro."
"Você é ridículo. Esse é um espaço democático de resistência cultural." (Entregando o bilhete de entrada e pegando o dinheiro...)
"Obrigado. Você conhece o Dill? Não precisa ser hipócrita... Você quer meu dinheiro e eu a sua música. E o Gill que se foda!"
"A cerveja fica logo ali a direita. Não vai arrumar confusão"
"Detesto confusões. Pode deixar que quando eu conhecer o Mill eu mando um beijo seu pra ele."

"Festa estranha, com gente esquisita, eu não tô legal, não aguento mais birita!"

sábado, janeiro 27, 2007

Por favor vá embora

Ontem escutei no filme:

"Preciso estar triste para escrever. Quando estou triste tenho capacidade de catalisar o que estou sentindo. Estranho, mas é assim."

As pessoas confundem introspecção com tristeza.

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Como é que é? Escorpião?

Ridículo, infelizmente, ridículo.

Mas humano, demasiadamente humando. (Zona utópica da lista de ano novo...)

Normalmente sou até tranquilo demais, mas o chavão "não pise no meu calo" cai como uma luva. A agressão defensiva, como um reflexo condicionado, é principalmente aflorada quando algumas características são explicitadas: Comparação, desdém, arrogância.

Meu mapa astral (acho que não conseguiria viver sem ele) não me deixa escolhas: Rancor e vingança!

Se não quiser fazer um favor melhor não oferecer. Agora... fazer e ficar reclamando... Depois entrar em competição desnecessária, passando por brincadeirinhas agressivas... e sem ter intimidade para isso... Quem fala o que quer escuta o que não quer...

Entendo e compreendo todas as inseguranças e circunstâncias mas confesso: se não fosse amigo de irmão ia ter escutado bastante. Falei de leve. Bem de leve. Infelizmente não consegui evitar.

Fumaça

A luz fica impenterável. Fumaça. As inseguranças, invisíveis. Fumaça. Mas inseguranças? Quem às tem? Fumaça. Os batons e produtos não permitem essa identificação. O samba e a diversão estão em último plano... Dançar? Ah... não tem como, né? Raríssimas excessões para conversas interessantes e desprentenciosas.... Onde as conversas param? Alguém paga pra ver? Tem que ter coragem...

Cigarros protegem as identidades. Identidades não podem ser desbravadas na noite. Fumaça. O jogo é inscessante. Fumaça. Desconfortável para todos, mas insubstituível. Há de se ter paciência. Até porque cada jogada é previsível. O cheque mate não tem lógica, nem esforço. Perde o gosto. Perde a graça.

A cerveja ajuda. Telefone na mão. Pensamentos na cabeça.
Ideias se concretizam. Insegurança. Outras não. Segurança.
A fumaça se ergue. Cortina. Proteção.
Telefone chamando? Quem apertou o botão verde?

Ainda bem que alguem o apertou.

terça-feira, janeiro 23, 2007

Иван Петрович Павлов (Pavlov - 1849 - 1936)

"A idéia básica do condicionamento clássico consiste em que algumas respostas comportamentais são reflexos incondicionados enquanto que outras são reflexos condicionados, aprendidos através do emparelhamento com situações agradáveis ou aversivas simultâneas ou imediatamente posteriores. Através da repetição consistente desses emparelhamentos é possível criar ou remover respostas fisiológicas e psicológicas em seres humanos e animais. Por exemplo, coloca-se uma sonda retal em um cão e faz-se um enema salino. A presença daquele soluto dentro do intestino provoca, ao fim de algum tempo, aumento da diurese para restabelecer o equilíbrio hidroeletrolítico. Depois de algumas sessões de administração de enema salino através da sonda retal, a mera introdução da sonda retal, sem enema, também provoca aumento da diurese."

Instrutivo?

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Tocando a vida...

Meu limiar para encheção de saco não é dos maiores. Quando tô mais pra baixo até aturo mais, me lamento... Mas mesmo o "ficar pra baixo" chega uma hora que me enche.

Hoje, por exemplo, eu enchi. O não estar pra baixo ajudou e realmente enchi.

Então, se for, beleza, se não for, beleza também. Talvez até seja melhor. E bola pra frente!

domingo, janeiro 21, 2007

Aonde?

E o carnaval? Vai passar aonde? Alguma sugestão?

Heróis da resistência

O chão de paralelepípedo indicava algo diferente. Para iniciar, uma amizade fraterna com o flanela: "Pode ficar tranquilo patrão, porque quem leva rádio não é flanela não. É nêgo que fica de vacilação! Nós sempre pega, mas às vezes é inevitável."

Depois de mostrar os fios que saíam do painel violado eu consegui um desconto de 2 reais. Uma cerveja!

Se tratando do local inóspito que eu estava, o preço era justo. Nem ele conseguiria alguém para pagar mais nem eu conseguiria parar em um lugar melhor por menos.

Apressei meus passos. A sensação de insegurança me preenchia, talvez pelos últimos acontecimentos relacionados à minha "viatura".

Olhava em volta tentando me convencer que o local era melhor do que eu imaginava. Afinal, a Glória não é uma das vizinhanças mais bucólicas da noite carioca. Na beira da praça, por exemplo, os donzelos ganham a vida, o que por si só já torna a ida ao local uma aventura estranha.

Mas após virar a rua a esquerda, conforeme a indicação do cafetão dos flanelas, pude notar um ar diferente. Aquelas figuras que se encontram facilmente na Lapa ou no Cine Estação rodeavam o local. Intelectuais (ou pseudo intelectuais, vai saber) vestidos com blusas do Che ocupavam as calçadas escuras e fedorentas. Alguns ratos perambulavam felizes pelos cantos, entre os poucos carros estacionados, disputando epaço com os bêbados de plantão.

A multidão aumentava. Estava até mesmo difícil caminhar sobre o calçamento molhadas com a lama mal cheirosa composta de cerveja e urina. Meus pés afundavam frequentemente em armadilhas entre as pedras soltas. Mas ao olhar para a direita pude sentir um ar diferente. Ar de gente se divertindo, independentemente de qualquer outra coisa.

A placa não pretedia ser despretenciosa:
"CANTO DO RATO - Resistência Cultural: Samba, choro, cineclube, teatro e poesia."

O local estava lotado. Gente transbordando pelo ladrão. E cerveja também.

Não sei bem como, mas avistei meu primo no meio da multidão. Deve ter sido coisa de sangue.

Não pude deixar de notar o ar tenso nos rostos de seus amigos:
"Eu sou advogada! Existe uma lei para isso!"
"A madame vai me desculpar, mas eu não conheco lei nenhuma..."
"Mas eu conheco, e sei que é direito dele!!!"
"Ah madame... essa conversa não vai levar a nada... Continuo sem conhecer. E tem mais: se eu der mole, vai vir neguinho pra falar na minha orelha... Como vou fazer pra explicar pra patrôa amanhã? Pra mim se a senhora é advogada, juíza, deputada ou irmã do Papa, dá no mesmo. Só sei que assim não pode..."

Muitos filinhos do papai indignados... Alguns prontos a chamar o comitê de direitos humanos, mas os argumentos do rapaz eram insolúveis:
"Sabe como é que é madame, o único armado aqui sou eu. Não tem nada a ver eu ficar discutindo e recebendo tapa na orelha. Por mim tava bom do jeito que ele tá, mas sabe como é... Depois neguinho fica nervoso, começa a me empurrar e eu vou ter que acabar com a festa de todo mundo... Isso eu não quero..."

O semblante do segurança não se abalava, ao contrário dos filinhos de papai que se contraposocionavam à ele. Para ele, aquilo tudo era um grande aborrecimento. Para os meninos, uma grande diversão. Uma grande auto afirmação: Derramar um punhado de frases de efeito em cima do negão, tentando deixar clara uma suposta superioridade cultural. Mas a vida do segurança já tinha ensinado lições com as quais os playboys não podiam imaginar.

A principal oposição ao segurança era uma menina loira, provavelmente interessada no cara sem camisa. Bem cuidada, pele lisa, cabelos tratados, decote sensual atraindo olhares suspirantes. Usava todas as armas para desqualificar o rapaz. Charme e argumentos prontos que ela deve ter visto em algum filme.

Eu ainda não tinha entendido o que se passava. Perguntava em vão. O cara sem camisa contra argumentava junto com a loira. Minha cabeça falava para eu deixar tudo pra lá e ia pegar uma cerveja. Mas a minha curiosidade não me permitia tal luxo.

Sei que a conversa estava arrastada. Muitos dos amigos do cara sem camisa cercavam o segurança e ele mantia a mesma calma. A arma na cintura trazia tranquilidade. Mas eu sabia que aquilo tudo tinha um limite.

Nessa hora que o negão resolveu por a mão na pochete. Os rostos mudaram, se fecharam. A loira, que estava tentando esbanjar segurança, foi a primeira a falar: "Deixa disso cara! Tira a mão daí!". Os amigos dela comecaram a se preocupar e até se afastaram da roda. A coragem vai toda embora nessas horas. O rapaz sem blusa se encolheu. O clima ficou tenso em todos, menos no segurança.

Ele não era muito mais velho do que eu, mas com certeza havia aprendido muito na vida. Vida sofrida, onde sua forma de encarar as coisas foi crucial para seu sucesso. Provavelmente habitante de um gueto, deve ter lutado muito corajosamente para não se render aos doces sabores que a muitos iludem. Para escapar da média, deve ter sido muito inteligente. Fato que mostrou-se inegável com os acontecimentos.

Apesar de toda a reação indignada dos filinhos de papai, o rapaz continou com sua trajetória. Sua mão caminhou graceosamente até a pochete cheia. O revolver e suas balas, entretanto, não foram exibidos com o abrir do zipper. Em vez disso, sua mão negra puxou um tecido branco. O tecido foi se desenrolando de dentro da pochete lentamente. Os olhos da platéia observavam curiosamente os acontecimentos.

O tecido branco começou a tomar forma. Nem mesmo a loira atuante se atrevia a falar. A certeza que os cartuchos do 38 seriam o argumento final da conversa a tinham deixado muda. Mas após poucos instantes um pouquinho da sabedoria daquele sobrevivente estariam se mostrando. A blusa branca não tinha mangas, mas era suficiente para solucionar a discussão. Discussão banal, mas que jamais poderia ser vencida por um mero segurança que nem leis conhecia.

Mesmo sem ser juiz de direito ou homem de reconhecimento público o rapaz negro puxou a bandeira branca de sua pochete. Sua blusa branca permitiria que aquele playboy continuasse a aproveitar a música, sem despertar a irritação de seus patrões. Provavelmente, para o segurança, não fazia a menor diferença estar com ou sem camisa. Mas ele estava seguindo orientações dos que mantinham sua subexistência. Mesmo tendo sido humilhado e mal tratado (afinal, ele não sabia quais leis regiam o direito de permanecer sem camisa na rua) ele não se importou. Procurou apenas solucionar o problema.

Fez isso com uma elegância indescritível. Fez isso com uma dignidade muito maior do que qualquer um que estivesse ali curtindo o samba e tomando cerveja.

Água

Peixe.

Água.

Há muitos peixes se afogando antes mesmo do primeiro contato com o ar rico em oxigênio vital.

Muitos.

Outros estão bem em qualquer água. Já podres, indiferentes à presença ou não de nutrientes, sentem-se embreagados e enjoados ao terem contato com marés salubres, ricas, vivas.

Os que querem lutar têm que encontrar suas águas navegáveis, ao risco de se acostumarem a ser eternos errantes.

sábado, janeiro 20, 2007

Sal grosso e cariocas...

Banho de sal grosso, galho de arruda, carranca, descarrego...
Tá foda... A única explicação é essa!!!

Xô, olho grande! Xô, mal olhado! Reza forte resolve!
Vai pra lá, que em mim já pegou o que tinha que pegar!!!
Sai pra lá que tô com corpo fechado (segundo um amigo, já tomei meu Imosec).

Para lama, para choque, farol (tava ruim mesmo, foi até bom...).
Como tava na época de revisão, a parada vai ser providncial. Sorte que não quebrou vidro nenhum, e que o freio tá em dia...

Depois descrevo a noite surreal...
Bem carioca, mas precisando de sal grosso (mesmo que enferruje a lataria)...
Ainda bem que não doeu.

sexta-feira, janeiro 19, 2007

Besouros e bactérias

O cara do livro deve ter mesmo razão:

"A Históra da Terra contradiz a afirmação de que 'É melhor ser inteligente do que burro', a julgar pelo sucesso biológico de besouros e bactérias, por exemplo, muito mais bem sucedidos que os seres humanos em termos de sobrevivência.".

Já me flagrei muitas vezes pensando se não era melhor ser bem burrinho. É. Com menos percepção do que está ao redor, com menos indagações, com menos incertezas. Mais simples, ou menos complicado... Como queira. Sem questionamentos incessantes, sem devaneios incongruentes... Embreagado, apenas andando, apenas sendo (Já me tranquei muitas vezes nisso. Pode ser confortável.). Bactéria. ("A ignorância é uma bênção.").

Mas confesso que durante o ano passado tive uma prova muito forte de que a complexidade tem um sabor indescritível. Me remoí buscando respostas para muitos "porques" (Muitos banais, mas que estavam paralizados como um braço dormente. A busca das respostas estava adormecida.)(Buscar porques me faz lembrar a minha infância. Sempre fui muito curioso.). A complexidade cansa, mas puxa. É como sair tonto da piscina. Faz se sentir vivo, desenvolve músculos possantes. O que não se pode é se deixar destruir por essa busca de sabor. É preciso lembrar que todos temos, providencialmente, bactérias (e alguns besouros) dentro de nós.

O equilíbrio é sempre tão difícil? (Minha avó já dizia: Tudo demais é sobra).

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Pra frente...

É bom pra cacete quando a gente vê as coisas andando pra frente. É uma sensação de vida progredindo. Hoje um amigão de colégio, que não está tão próximo como poderia, se casou. Casou no estilo dele. A pessoa mais carioca que eu conheço.

Carioca de fazer amigos em todos os lugares. Carioca de nunca ter sido visto estressado ou nervoso. Carioca de saber lidar com a vida, mesmo sem ela ser fácil, e sem reclamar. Carioca de falar "passa lá em casa" e nunca marcar. Carioca de marcar os programas e não aparecer. Mas sem estressar.

Escolheram um caminho não trivial para trilhar, mas estão desbravando tudo com muito sucesso. Andando pra frente, batalhando e colhendo frutos. Subindo degraus do tamanho certo e saboreando cada pedacinho da escada.

O casamento foi notificado por email dois dias antes. Sem estresse e sem cerimônias. Comemorado em um bar perto da casa da mãe dele. Cada um pagando sua conta. Cada um estava ali de verdade. Saboreando um pouco do degrau junto com ele. Simples e feliz.

terça-feira, janeiro 16, 2007

Persistência...

Tá quase... respira... quase... falta pouco...
Ih... faltava uma ou duas?

30 minutos, 700 m! Recorde Mundial!

No fim das contas compensa. Saí meio tonto, vendo tudo meio preto. Mas no caminho pra casa já dá diferença. O corpo todo tá vivo. Dá pra sentir.

E ainda tem um objetivo maior:
"Ih Cabra, você gosta mesmo disso?"
"Detesto, mas é um exercício né?"
"Ah... não vai durar. Procura uma coisa que você gosta!"
"Mas nadar vai ajudar nas remadas pra ficar em pé na prancha..."
"Ah... Já melhorou... Com um objetivo assim fica mais desafiador..."

E no fundo eu acho que sou muito é influenciável...

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Catchup???

Mas de acordo com um email que recebi hoje, completamente extemporâneo, todos devem votar contra o Lula e a Heloísa Helena. (Ela chegou no segundo turno? Perdi alguma parte?)

Com o título "Fw: Rio de Janeiro - Carioca - ACORDA, BRASIL ! ! !" o email é bastante elucidativo e compara Saturnino Braga, Brizola, Lula e Heloísa com o Roberto Campos... e de uma forma tão serena que quase me convenceu...

A argumentação era direcionada aos Cariocas. Começava explicando que se fosse pelo Rio o segundo turno iria ocorrer entre Heloísa e Lula. De acordo com o autor, um verdadeiro absurdo. A democracia distorcida. Como os eleitores do Rio poderiam querer que o Brasil fosse transformado em uma imensa Cuba pela Heloísa, ou numa Bolívia ou Venezuela, por Lula?

No momento mais brilhante da explicação lógica dos fatos, o email versa:

"Isso é obra de décadas de lavagem cerebral, de mentalidade deformada e de idolatria do fracasso. Os ícones dessa esquerda festiva são figuras como Chico Buarque (Caetano Veloso caiu fora - Graças a Deus !), o cantor que adora o ditador Fidel Castro - do conforto de sua mansão, claro. Ou então Oscar Niemeyer, o rico arquiteto que ainda prega o comunismo (...) Roberto Campos quem melhor diagnosticou a coisa: É divertidíssima a esquizofrenia de nossos artistas e intelectuais (...). (No Rio) Os professores são marxistas, os jornalistas chamam o ditador Fidel Castro de presidente e os padres defendem o MST."

Agora sim estou quase convencido! Como pessoas nefastas e sem menor talento, diga-se de passagem, como esse tal de Francisco e o Niemeyer (até que esse últomo tem um nome bacana... coitado.. o que será que deu errado com ele?) puderam obter reconhecimento internacional? Deve ter sido obra da KGB! Aqueles russos embreagados! Detesto Vodka (só tomo se for sem gelo)!

Como é que eu tinha coragem de discutir visões de mundo e ideologias com o pessoal do grupo que me mandou esse email? Que vergonha...

Mas no final o autor anexa uma apresentação de slides cujo título era "Ser Carioca é:" com frases de efeito sobrepostas a belas imagens da cidade:
  • "Ser marrento porque pode ser... Afinal, olha só onde a gente nasceu!"
  • "Dar inveja nos "não cariocas" pelo simples fato de sermos cariocas..."
  • "É ter certeza de que esta é a cidade mais linda do mundo, mesmo sem conhecer nenhuma outra!"
  • "Buzinar assim que o sinal abre."
  • "Jogar futebol na praia junto com artistas globais."
  • "Dançar funk"
  • "É comer pizza com catchup sim, e daí?!?!"
  • Hum? Pizza com catchup? Ah não!!!! Tava indo tão bem!!!! E agora? Perdeu toda a credibilidade... Esses emails de spam...

    Apaguei...

    Sal grosso e paulistas

    Pois é. Esse ano já foi um celular, uma carteira e agora o toca CD.

    É boa essa sensação de movimentar a economia. Só acho que devia haver alguma compensação por isso, por estar ajudando a produção industrial do meu país! (tudo bem que o CD e o Celular provavelmente foram importados...mas isso é outra história...)

    É! Quando levam alguma coisa emprestada assim sem pedir direito (toca CD), ou até mesmo pedindo com educação (celular), devia haver uma compensação no IR. Se bem que a gente já tem direito a Segurança pública, a Educação de bom nível, bons hospitais, cidades bem cuidadas, com transporte de massa confortável e eficiente... Estou pedindo demais né?

    E o meu amigo que levou o CD ainda foi C.B. (vulgo Sangue Bom). Imaginem que ele poupou o vidro do carona e escolheu o vidrinho menorzinho do carro! Mó trabalheira arrumar acesso depois! Espero que ele não tenha machucado o braço nos cacos tentando abrir a porta... Um camarada falou que ele foi mais gente boa que eu imaginava! Não apenas deixou todos os meus CDs, como jogou um monte de papel fora, e o prinicipal, nem amassou a porta pra acessar o "interior da viatura" (jargão de PM, já estou me habituando).

    Mas claro que tudo isso é besteira, porque afinal de contas eu pago meu seguro em dia. Faço isso há anos, só usei uma vez, então claro que não vou ter problemas, inclusive porque pago mais caro para ter cobertura dos vidros. Por isso eu estou tranquilo, mesmo depois que eles me falaram que a única oficina no Rio que troca o vidro é logo ali, em Benfica. Ah não!!! Como poderia me esquecer?!? Tem uma outra pertinho de casa, em Vargem Pequena. Ainda bem, pois não seria muito seguro ir dirigindo até longe com o vidro em cacos. Imaginem que em cada curva iam caindo pedaços de vidro pelo carro e pelas ruas.

    Mas na verdade mesmo quem tem razão é uma amiga minha paulistana:

    "Pô meu, tão te zoando direto né?"
    "Como é que é? Tão o que?"
    ...risadas...
    "Pois é, tô precisando de um banho de sal grosso... ou então rogaram praga só porque sou amigo de paulistas..."
    "Deve ser!!! Eu por exemplo só consegui ir a praia uma vez desde que vim morar no Rio. O resto do tempo só chove!!! Se eu fosse você parava de conversar comigo, porque tô começando a achar que traz azar!"
    ...risadas...

    domingo, janeiro 14, 2007

    Planetóide

    A publicação anterior me fez lembrar um diálogo de um amigo com uma amiga (depois de uns onze choppinhos):

    "É. Signo vá lá, mas esse papo de ascendente né?"
    "Ué, o que tem de errado? Eu por exemplo sou ascendente em Plutão..."
    "Mas Plutão não foi rebaixado? Não virou planetóide?"
    "Vai ver que é por isso que eu sou um factóide..."

    Tava indo tão bem!

    "Olha que livrinho legal que eu ganhei da minha sogra! Tem todas as características do meu mapa astral! E é personalizado e descreve detalhadamente as caracterísiticas do meu ser! Que bacana!"

    Muitas brincadeiras do pessoal do trabalho depois, toda a rapaziada resolve ir no site indicado pela nossa cobaia pra tirar a dúvida...

    Eu, por exemplo, depois de ligar pra minha mãe a fim de descobrir dados precisos acerca do meu nascimento pude concluir que sou Escorpião com ascendente em Touro. Se bem que foi cesariana! E agora? Será que vale? Após debates acalorados aceitou-se a definição: Escorpião e Touro. Um de cada lado da Mandala. Opostos. (Deve ser por isso que gosto de um toque doce nas comidas salgadas! Fantástico, não?)

    Estava levando a sério as características listadas em outro site, site aliás que contava com textos bons e completos:

    "Escoprianos são aptos a enxergar além do que a visão comum é capaz, os escorpianos captam o extremo, o disfarce, a máscara."
    "Eles sabem que uma situação precisa ficar aguda para ser transformada."
    "Ninguém melhor do que eles conhecem a dor da ferida aberta e o dom de cicatrizá-la. Sabem a função da dor: desmascarar. Independente do tamanho da dor ou da perda, um dia ele cicatriza, estanca."


    - Perfeito - Pensei - Vou voltar para o site que calculou o mapa astral para ler as características:

    "Capítulo 1 - DESCRIÇÃO GERAL
    Seu temperamento é volátil e explosivo, mas você não costuma guardar rancor."


    Pronto.... tava indo tão bem... Mas quem é esse sitezinho pra me falar que eu não guardo rancor???

    sábado, janeiro 13, 2007

    Mentira...

    Tinha cá pra mim que agora sim eu vivia em fim um grande amor...
    Mentira...
    Me atirei assim de trampolim fui até o fim um amador...

    Curioso como não se aprende certas mentiras.
    Outras queremos mesmo às identificando.
    Outras só vemos depois que já nos afogamos.
    À poucas, sem saber porque, nos apegamos.

    Hoje tenho apenas uma pedra no meu peito,
    exijo respeito não sou mais um sonhador,
    Chego a mudar de calçada, quando aparece uma flor,
    Mas dou risada de um grande amor.

    Mentira....

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    Distância regulamentar

    Comodidade segura.

    Incômodo. Incômdo quando a distância está do outro lado. Bem delineada, mantendo guardados universos impenetráveis. Essas distâncias garantem que certos territórios somente sejam vasculhados por determinadas entidades. E mesmo sendo essas entidades cuidadosamente escolhidas, algumas delas ainda deixam rastros, mais ainda, incômodos.

    Para vencer as distâncias não bastam sorrisos, não basta sinceridade, não basta abertura. Tem que haver pontes baixadas, frestas talhadas, de lado a lado.

    Mas ao se delinear as estradas essas distâncias podem, incoerentemente, aumentar.

    quarta-feira, janeiro 10, 2007

    Simplificando

    Tudo é simples. Desde que a gente faça simples. Desde que sejamos diretos. Desde que ponhamos a cara a tapa.

    Por isso tudo fica complicado...

    Dúvidas incertas

    A pior dúvida é aquela que não temos coragem de encarar. Mas ao mesmo tempo, não encaramos porque o gosto da dúvida pode ser mais doce que o da certeza. Mesmo que a certeza possa ser boa. A dúvida não nos derrota, mas nos consome.

    Talvez eu saiba enfrentar melhor minhas neuroses (que consomem) do que possíveis certezas ruins. Fraqueza.

    terça-feira, janeiro 09, 2007

    Vazios

    Complementando uma outra publicacao aqui embaixo, as buscas muitas vezes levam a um espaço que não se consegue preencher, por mais intensas que sejam.

    Figurantes

    Pois é... estranha sensação...

    Ao retornar a certos lugares, antes passageiros, depois de ter retomado a "vida normal" dá uma vontade de voltar no tempo... Encontra-se pessoas que não pareciam importantes, mas que no fundo foram, mesmo sem querer, figurantes da vida. Figurantes, anônimos, porém nem tanto. Quando você passa e alguém que você não reconhece te chama pelo nome, percebemos que tudo tem na verdade alguma importância. Difícil é ter essa percepção sensível na hora certa. Provavelmente eu sou um mero figurante e os que eu vejo como figurantes têm esse mesmo sentimento. Talvez, da mesma forma eles tenham essa percepção sensível apenas hoje, buscando reaver o tempo passado, como eu. Mas talvez, tudo tenha uma importância, que muitas vezes nos é desconhecida.

    segunda-feira, janeiro 08, 2007

    Como é que é?

    É? Pô... nem parece... até que tá inteirão!

    domingo, janeiro 07, 2007

    Concreto?

    "Que legal!"
    "Gostou? Que bom! Tem homenagem escondida entre as palavras..."
    "Em qual? O do Jeans?"
    "Não né! Tem que ler com calma..."
    "E de onde você tira essas abstrações?"
    "...Abstrações?"
    "É..."
    Com um sorriso preso, apesar de inegável:
    "Da minha cabeça concreta!"

    Simples assim!

    Quem disse que pra se querer algo temos primeiramente que se saber o que se quer?

    Quem disse que essa busca pelo que se quer sem se saber vai necessariamente levar a algo?

    Quem disse que é possível saber o algo que se quer alguma vez?

    Quem disse que quando se descobre algo que se quer, o algo não passa a ser outro algo que não se sabe?

    Einh? Einh?

    Quando a gente quer muito algo, e quanto mais se quer, a gente acaba por idealizar, por transferir, por fazer o que se quer ser exatamente o que a gente acha que deveria ser.

    Sonhos, projeções, idealizações, medos, angustias, e outras coisas mais... E isso tudo ganha força quando a gente não sabe o que é esse muito que se quer. Essa busca desse algo que não se sabe alimenta essa bola de neve. E quando se encontra... se é que se encontra... a busca se reinicia... ainda bem!

    sexta-feira, janeiro 05, 2007

    Especiarias

    Especial. Algumas coisas são especiais. Outras são especiarias.

    Depois que se prova algo especial, as especiarias ficam sem sabor. O perigo é perder o que é especial, mesmo que a perda não seja perda, mas ausência. Uma ausência contornável no início, que acaba se tornando uma ausência endêmica, por mais que nos esforcemos para combatê-la. Uma ausência doce, que com o tempo amarga. Uma ausência que apesar de fraca é consistente.

    E a consistência traz a necessidade de especiarias indigestas.

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    Que tal um cineminha?

    einh? Nem dói...

    Ah o verão... chuvoso...

    Já vi que vai ser difícil aderir à última promessa de ano novo antes do carnaval. A tentação é grande quando se está no verão com a geladeira cheia...

    Um brinde!!!

    quinta-feira, janeiro 04, 2007

    Gorgonzola com limão

    Tem coisas que se você avisa antes ninguém gosta e que se você fala depois ninguém acredita. Gorgonzola!

    - Pique o gorgonzola bem picado. Misture com vinho branco para derreter. Ponha a noz moscada raspada, o suficiente para ficar gostoso sem ficar enjoativo. Reserve.
    - Refogue o Cogumelo fresco com bem pouca mantega e cebola, depois de lavar bastante em água para tirar a areia. Deixe cozinhar um pouquinho no próprio liquido que o cogumelo solta, em fogo bem baixo com pouco sal. Reserve.
    - Refogue em fogo baixo/médio o bacon picado grosso. Retire, reserve e retire o excesso de gordura. Reseve o bacon e a gordura.
    - Na mesma panela do bacon, refogue a cebola picadinha, antes de dourar adicione o alho. Junte o bacon, o cogumelo e depois de um pouco, o caldo de carne (knorr não vale). Deixe reduzir um pouco.
    - Adicione o leite. Deixe esquentar, mas bem antes de ferver, adicione a mistura Gorgonzola/vinho. Não deixe ferver. Vá adicionando o queijo prato ralado até engorssar. Se preciso, juntar creme de leite. Em último caso, bem pouca maizena, devidamente misturada em um pouco d'água. Mexer sempre. Fogo baixo. Não deixar ferver. No finzinho, salsa e cebolinha picadinhas.
    - Quando o molho tiver grosso, jogar sobre o macarrão. O macarrão deve ser preparado em água, sal, fio de óleo, sem deixar cozinhar muito. Ao escorrer, jogar um pouco de manteiga ou do óleo do bacon e misturar suavemente.

    Quanto mais tempo demorar de servir, mais vinho o pessoal já bebeu, mais fome o pessoal vai ter, ou seja, melhor será o prato. Por isso o fogo baixo é essencial... Outro ponto importante é uma boa música. Importante não, fundamental!

    Ah... quando os curiosos olharem o gorgonzola com vinho separado, bem feio e fedorento por sinal, pode falar com convicção: "Ricota temperada. Bem suave. Uma delícia". E dissimular: "Pode me ajudar? Pega o leite lá no armário do canto por favor? Porque não pega mais uma taça desse cabernet chileno? Foi ele que trouxe, tá uma delícia..."

    Depois é só provar o licor de limão...

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    segunda-feira, janeiro 01, 2007

    Abstrações...

    Olhava... olhava... e .... nada....

    "até gosto de algumas coisas.... já outras... vc não acha?"
    "..."
    "sei lá... me parece que faltou esforço, dedicação, sei lá..."
    "..."
    "depois que se fica famoso acho que tendemos a relaxar um pouco em algumas obras e acabamos pegando carona na fama..."
    "..."
    "e o que eu acho incrível é que as pessoas valorizam mesmo assim, sem olhar criticamente... uma pena..."
    "..."
    "digo isso porque tem coisas antigas bem legais lá no primeiro andar"
    "... é... vc é engenheiro né?"
    "...aham... ???"
    "... eu entendo... vc tem a cabeça muito concreta né? é o perfil da profissão...é bem legal..."
    "............acho que vou pegar uma água ................ já venho, ok?"

    Não foi?

    O que é mais bacana no ano novo é a intensidade das coisas, junto com um astral otimista de mudança, de lavagem de alma. No carnaval, a gente gostaria "que essa fantasia fosse eterna"... E de repente já acabou. O ano novo é diferente... A gente sabe que é efêmero mesmo. É instantâneo (dificil domar o andar do tempo... escreverei disso). E que representa mudança. Representa novo. Talvez por isso eu goste de passar na praia, lavando o pé. Por isso eu curto quando chove. Lavando. Minha festa preferida.

    Por falar em intensidade, pude verificar isso bem de perto: A quantidade de uísque foi intensa (incluido um novo item na minha lista de ano novo, roubando uma idéia), o tempo pra recuperar foi intenso (fogos?), a quantidade de gente foi intensa (quantos anos eu tenho?), a quantidade de areia no sapato foi intensa, a distância até a base em copa na volta foi intensa (santo caldo de cana no pastel do china...), a quantidade de filosofia de fim de noite foi intensa, o tempo esperando a chave da casa sentado no play foi intenso... Mas... a dor de cabeça não foi! Feliz 2007 pra você também!

    Dessa vez vai...

    É uma delicia a chegada de um novo ano. Tudo se renova. Tudo é possível.

    Os 10 chopps da quarta afloraram esses sentimentos em todos. Cada um falou o que tinha certeza, reforçando a certeza de sermos super humanos:

    "Vou parar de fumar"
    "Vou ajudar uma instituição de caridade"
    "Vou aprender surf"
    "Vou beber menos"
    "Vou fazer cinema"

    Algum pensamento mais "concreto"... "Ah.... parei de mentir. Promessas que não posso cumprir?!?!". (não concordo, mas dizem que "mentir para si mesmo é sempre a pior mentira"- escreverei sobre isso...)