sábado, abril 21, 2007

Its Pointless

"I know. It´s cute..."
"There is a song about you, from 'Seu Jorge'..."
"I know it..."
"What is your email?"
"What for? It's pointless..."

Fim de papo.

"Não gosto de conversar, gosto de escutar!"

Por quê?

Curto, exibindo lascivo o pescoço,
sustentando círculos negros profundos e insistentes
Elegantes, vivos, sobre mares brancos.
Mais um entre tantos?
Com certeza não somente.

Os colchonetes estavam espalhados.
Os azúis das idéias, antes entrincheirados, começavam a ser puxados à vida.
Quem estava aguardando as chaves para os cadeados?
Ansiosos por abrí-los, desesperados.

Porques repetidamente preencheram espaços e libertaram.
Influência dos seguidos anos de psicanáilse?

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quarta-feira, abril 18, 2007

Procuramos independência/Roupa suja se lava em casa/Marretadas

O filme do final de semana falou sobre "o que você vai ser quando crescer?". Quando eu era criança (ou seja, até semana passada) as vezes me pegava imaginando como eu seria quando crescesse. Engraçado que algumas pessoas têm ânsia por crescer logo e outras, ao contrário, não têm menor pressa... Me encaixo na segunda opção. Não chega a ser nenhuma síndrome de Peter Pan (espero...), mas sim de não ter pressa pras coisas. Já falei antes sobre isso, sobre como é difícil pra mim reparar que o tempo está passando, lidar com o tempo.

Alguns marcos representam passagens em nossas vidas. Rituais de passagem. Nunca fui muito disso não, mas tenho consciência que alguns foram necessários para ver a vida andando. A separação dos pais, por exemplo, foi um. Sair de casa foi outro.

Agora me deparo com mais um ritual de passagem. Talvez o mais marcante de todos. Pois é... Minha independência real está chegando.

Tenho notado como é estreita a relação entre a máquina de lavar roupa e a veradeira felicidade do ser humano:

"Sem máquina de lavar você está apenas brincando de casinha..."
"Lá em casa a gente separa pela cor da roupa."
"Lavar roupa é uma terapia para mim..."
"A minha máquina eu pedi para o porteiro receber porque eu estava no trabalho."
"Hoje eu não posso ir não porque vou lavar roupa."
"Depois eu te passo umas dicas pra lavar melhor."

Em cada conversa, em cada confidência, são perceptiveis os laços ternos de afeto e carinho. Comovente. Síndrome de Estocolmo.

Comprei pela internet ontem e descobri que entregam amanhã. Tudo certo. Chego em casa para a última verificação e lá está a parede da área de serviço, o local da futura instalação, totalmente desfigurada... O pedreiro que está reformando o AP do vizinho ficou lembrando da sogra na hora de dar as marretadas... Tem que trocar um monte de azulejo além de cimentar tudo de novo... é... meu sonho de independência está adiado mais algumas intermináveis semanas...

quarta-feira, abril 11, 2007

Ligeiramente insensato (un peu déraisonnable)/Vidinha

Onda que não tenho pra gastar, mas li, gostei e copiei um pedaço. Antes que perguntem... não. Não entendi bulufas, mas a tradução literal fez o serviço. Antes que perguntem... não. Não tinha menor idéia de quem era o Edmond de Goncourt:

"Tout être qui n'a pas en lui un fonds d'amour passionné, se portant sur les femmes, les fleurs, les bibelots, le vin même, sur n'importe quoi enfin, tout être qui n'est pas par un cotê un peu déraisonnable, tout être bourgeoisement équilibré, n'aura jamais, jamais, jamais, de talent en littérature. Forte pensée inédite." (*)

Quanto literatura eu não sei, mas extrapolo e digo que esses seres não têm talento é para a vida.

Na folha seguinte o cara do livro expõe sua sinceridade. E olha que de concreta sua cabeça não tem nada... Nem engenheiro ele é!

"Tudo que posso dizer é que absolutamente não gosto de Guernica, que no entanto ajudei a pendurar. Tudo ali me desagrada, tanto a execução grandiloquente da obra como a politização da pintura a qualquer preço. (...) Com muito gosto (...) fariamos explodir Guernica, mas estamos bem velhos para colocar bombas."

Sabia que não era só eu... Sabia que eu tinha bom gosto... Só não posso ainda ser sincero... mas depois que ficar famoso... ninguém me segura!

(*) Tradução literal, segundo a tradutora do livro:
"Todo ser que não tem em si um fundo de amor apaixonado, sobre as mulheres, as flores, os bibelôs, o vinho mesmo, sobre qualquer coisa enfim, todo ser que não tem um lado ligeiramente insensato, todo ser burguesamente equilibrado, jamais, jamais, jamais terá talento em literatura. Forte, pensamento inédito."