quinta-feira, setembro 27, 2007

Só a casca

"Do not stand at my grave and weep,
I am not there, I do not sleep.
I am the thousand winds that blow,
I am the diamond glints on snow,
I am the sunlight on ripened grain,
I am the gentle autumn rain.
When you waken in the morning's hush,
I am the swift uplifting rush
Of gentle birds in circling flight.
I am the soft star that shines at night.
Do not stand at my grave and cry,
I am not there, I did not die."

domingo, setembro 16, 2007

Todos iguais

Os degraus de uma escada sempre são todos iguais. Os mesmos degraus sujos e desgastados. Muito desgastados. Resumo do lugar. A mesma aparência sombria. Nada muda. Tudo remete à experiências vividas. Plenamente vividas apesar de altemente frustrantes. O caminho levará a frustrações similares. Menos penoso, certamente, mas igualmente frustrante. Ao se julgar pelo pelo ritmo em que as coisas se arrastam por lá, provavelmente ainda mais. E, principalmente, tenho consciência das limitações que aguardam etapas futuras de vivência real.

Exemplo banal das limitações atuais é o antigo Bob´s, que se tornou Big Boss. Não tem mais o Ovomaltine, evidente, mas o queijo com banana continua ótimo. A livraria do térreo devia estar borbulhante considerando-se o perfil dos abastados habilitados em lá ingressar. Na parede ao lado de sua porta mofada, entretanto, pode-se ler o aviso: "Agradecemos o apoio que nos foi dado por todos ao longo desses memoráveis anos. Estaremos encerrando as nossas atividades em 30/jul/2007.". Agradecimento sincero. A data passada mostra que por algum motivo inexplicável alguns sonhos ainda insistem em permanecer entre as poucas prateleiras das estantes de metal que ainda restam. Praticamente vazias, mas sobreviventes.

Salas vazias, funcionários de cara fechada, mas contando com motor formado por engrenagens que têm vida pópria. Amor a arte é a única explicação que me convence. E arte bem feita, com esmero. Espelho de outras experiências vividas... no final das contas, somos todos iguais... A grande diferença fica no público, como sempre suspeitei. Mesmo assim, talvez por minha arrogância discreta, venho me surpreendendo positivamente com alguns elementos isolados. Muitos elementos isolados. Tantos que começo a suspeitar que os elementos isolados são a regra e não a excessão. Isso vem ao encontro (detesto ao encontro ou de encontro... mas por isso mesmo vou utilizar) do que o amadurecimento da visão de mundo tem mostrado. Vem ao encontro da idéia de que não existe ranking, de que não existem diferencas importantes relacionadas à capacidade. Enfim, de que nada disso importa. De que o que importa é a satisfação de se fazer cada coisa, de estar bem/de bem no que se faz e da forma que se faz.

Espero que esteja no caminho certo. Espero que possa fazer da forma que seja correta. Espero que faça da forma que faça estar de bem. Estar relaxado. Estar curtindo. Feliz.