quarta-feira, abril 11, 2007

Ligeiramente insensato (un peu déraisonnable)/Vidinha

Onda que não tenho pra gastar, mas li, gostei e copiei um pedaço. Antes que perguntem... não. Não entendi bulufas, mas a tradução literal fez o serviço. Antes que perguntem... não. Não tinha menor idéia de quem era o Edmond de Goncourt:

"Tout être qui n'a pas en lui un fonds d'amour passionné, se portant sur les femmes, les fleurs, les bibelots, le vin même, sur n'importe quoi enfin, tout être qui n'est pas par un cotê un peu déraisonnable, tout être bourgeoisement équilibré, n'aura jamais, jamais, jamais, de talent en littérature. Forte pensée inédite." (*)

Quanto literatura eu não sei, mas extrapolo e digo que esses seres não têm talento é para a vida.

Na folha seguinte o cara do livro expõe sua sinceridade. E olha que de concreta sua cabeça não tem nada... Nem engenheiro ele é!

"Tudo que posso dizer é que absolutamente não gosto de Guernica, que no entanto ajudei a pendurar. Tudo ali me desagrada, tanto a execução grandiloquente da obra como a politização da pintura a qualquer preço. (...) Com muito gosto (...) fariamos explodir Guernica, mas estamos bem velhos para colocar bombas."

Sabia que não era só eu... Sabia que eu tinha bom gosto... Só não posso ainda ser sincero... mas depois que ficar famoso... ninguém me segura!

(*) Tradução literal, segundo a tradutora do livro:
"Todo ser que não tem em si um fundo de amor apaixonado, sobre as mulheres, as flores, os bibelôs, o vinho mesmo, sobre qualquer coisa enfim, todo ser que não tem um lado ligeiramente insensato, todo ser burguesamente equilibrado, jamais, jamais, jamais terá talento em literatura. Forte, pensamento inédito."

2 Comments:

Blogger Vitor said...

Tsc, tsc... cada dia que passa fica mais viado.

10:29 AM  
Blogger Saulera said...

Tem que ser macho pra escrever bonito assim rapá!!! :-)

10:36 AM  

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