quarta-feira, março 07, 2007

Mundo do sabor...

Uma grande merda. Uma grande venda. Escutar frases feitas escondendo risos amarelos não chega a incomodar. É apenas mais uma tentativa de um antigo vendedor. Esperada. Mais uma. Promessas ridículas para estamparem uma boa impressão. Venda. Para mim, ações inócuas como o efeito de placebo. A verdade, eu li, mas não foi proferida. A covardia é forte suficuente para não permitir. Chega-se ao ridículo, para quem consegue enxergar (pessoas bacanas podem não enxergar...).

Parafraseando o cara do livro, a caixa prateada estava com os soldados brancos prontos para cumprir seus deveres. Como a pipoca, o cheiro supera de longe o sabor. O toque do papel nos dedos faz uma prévia da fumaça macia. O calor avermelhado chega ao cilindro de papel e se transmite suavemente às pupilas gustativas. Alguma tosse reativa é prontamente substituida pelos efeitos neurológicos. Calmantes. Amplificadores de percepção.

Fumaça serpenteando pelo ar quente. O sabor do chopp combina plenamente com o gosto forte. A filosofia barata brota de cada milimetro queimado e devidamente tragado.

As chamas comportam-se da mesma forma que as pessoas: São tragadas, algumas minorias vão diretamente alimentar a alma. A maioria vira cinza. Poucas, misturam-se, e ficam com cheiro amargo de fuligem. Não chegam a incomodar, pois apresentam o comportamento esperado. O cheiro ruim fica impregnado e nunca mais sai para um escopiano que mantém um bom livro de rancores.

A coloração alaranjada, rica, forte, com personalidade, devora as cinzas, apagadas, que tentam preencher os espaços que não são dela. Se vendem com baixo preço. Baratas. A brasa, verdadeira, consome as folhas secas e entra no organismo. As cinzas estão presentes, mas só servem para impressionar os mal observadores que se deixam levar por pequenas coisas.

Essas coisas não têm sabor. Essas coisas não preenchem o peito. Apenas as brasas verdadeiras conseguem permanecer acesas no ar húmido do verão e ao mesmo tempo preencher os pulmões ávidos de alguns observadores mais exigentes.

Mas a chama consome o conteúdo e a brasa acaba no chão. Pisoteada. Amarga. Não vai mais levar a tragadas inconsistentes e insosas.

Mas as brasas quentes, sempre queremos tragá-las. Nunca apagá-las. Pena a tosse seca ter inibido aquela ousadia da outra vez.

1 Comments:

Blogger André Aires said...

Puts!!!! Eu e meu egocentrismo, como não parei para ler isso antes!? Viver de cinzas, e nas cinzas ou com as cinzas, talvez seja menos arriscado que procurar por brasas o tempo todo, isso é complicado, brasas queimam, principalmente quando em excesso, pois gera muita engergia e acaba estressando. Fico com o meio termo, prefiro curtindo as brasas e as cinzas. rs...
Muito rico. Muito bom. Continua com essa brasa e manda brasa!!! rs...
Valeu, amigão!

12:23 PM  

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