segunda-feira, fevereiro 19, 2007

É carnaval

Sensação de Déjà vu. Aquela confusão que já aparece com a animação condenada. O Rio não é o nordeste. Ainda tem muito a aprender. Começa pelas músicas que não chegam nem perto em termos de puxarem o astral.

Mas para quem vem de além mares, qualquer coisa perto de praia e sol já faz diferença. Talvez diferença de mais.

A Kombi que servia de parede (encosto) estava bem no meio da multidão, estacionada em frente a um dos principais hotéis de Ipanema. Já era tarde, mas a Vieira Souto estava repleta de foliões incansáveis. Ambulantes vendendo cerveja, bêbados sentados ao meio fio. Alguns mais animados ainda dançando. Beira da praia. Mas para o casal de gringos no Brasil, país exótico em pleno carnaval libertino e com povo extrovertido, tudo era permitido.

O beijo estava mais ardente que o normal. A vendedora ficando tensa: "Daqui a pouco vai ser o que?". Suas preocupações tinham fundamento. Carícias quentes cresceram. Corpos sedentos. As roupas, que eram obstáculos tênues, foram facilmente descartadas. O público batia palmas, filmava, tirava fotos. Nada atrapalhava. Afinal de contas, é carnaval no Brasil!

Ao contrário do que os personagens principais poderiam supor, as reações foram unânimes: revolta e reprovação. Os brasileiros são muito mais conservadores do que qualquer gringo. Mas apesar disso, o brasileiro sabe viver a vida. Sabe separar as coisas. Sabe viver seus carnavais e seus Deja Vùs.