domingo, outubro 28, 2007

Fios usados


Linhas se econtram em caminhos trocados.
Trançam novas costuras de particulares emaranhados.

As velhas frestas entre os fios,
profundos são alguns novos bordados.
Trazem o dia, puxam o pescado.
Dentro das frestas quase intocado,
o cheiro forte é pra sempre guardado.

Reatam antigos caminhos,
mas fazem novos traçados.
Laços fortes de familia,
gosto bom, laço apertado.

Também há fios perdidos
de certa forma, angustiados.
Angustia vã, apesar de justa,
Sem ser marionete, sem ter destino fadado.

No fim do dia olha pra faca,
fio único, no peixe marcado.
Flutua no ar o cheiro forte,
mais uma vez reavivado.

Casa cheia, sopa, arroz e peixe cortado.
Tempero no prato, molho picante, preto, adocicado.
Musica, fumaça, chá e drinque importado.
No final tudo arrumado,
pia, prato, panela e tina de barro.

Linhas e traços seguem, carreteis desenrolados.
Fios duros e bem lisos, como antes, bem esticados.

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5 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Nossa, a mesa do sushi ta bonita.Bjs.

5:03 AM  
Blogger Chango Glamour said...

Parabems! Cozinha é poesia.

1:39 PM  
Anonymous Anônimo said...

Preciso dizer que está lindo seu texto?! Adorei a dinâmica da escrita e a personalidade da descrição!! Fora a beleza da imagem que criei na minha cabeça...
Orgulho!
Beijos,
Na.

7:04 PM  
Blogger Saulera said...

Para o proximo sushi vocês já estão convidados!

9:08 PM  
Blogger André Aires said...

Genial. Saudade, camarada. Gostei muito desse poema.

1:30 PM  

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